A variedade e a qualidade da mídia impressa na Rússia no final do século XIX e início do século XX podem argumentar com o moderno processo de publicação. Foi uma verdadeira explosão e prosperidade do jornalismo russo, que se distinguiu por uma variedade de opiniões, estratégias e táticas de produção impressa.
Um dos reis da mídia da época era Mikhail Katkov (anos de vida - 1818-1887). Ele, por vontade do destino, acabou no centro das tendências jornalísticas atuais, quando a sociedade russa discutiu amplamente: a experiência européia de publicação, as tentativas e possibilidades de aplicá-lo na Rússia, bem como a influência de visões liberais na formação da opinião pública.
De mestres a editores
Nascido na família de um pequeno funcionário e deixado sem pai, ele primeiro estudou no instituto para órfãos e, depois, por mais dois anos, ele foi um estudante livre na Universidade de Moscou. No final da audiência, Mikhail Katkov parte para Berlim e melhora sua educação participando de palestras de filósofos populares de Berlim, em particular Friedrich Schelling.
Muitas vezes desnutrido, estando em circunstâncias materiais extremamente restritas, ele estava ao mesmo tempo no centro da vida filosófica e sócio-política da Europa. Lá ele conheceu Bakunin, Herzen, Belinsky.
A propósito, V.G. Belinsky profetizou-lhe grande sucesso literário, observando que a esperança da literatura e da ciência russa estava concentrada nele. No entanto, o futuro famoso publicitário Katkov Mikhail Nikiforovich rompeu com seus amigos de pensamento livre e com o campo literário, tendo ingressado na universidade como professor. Logo, ele defendeu sua tese de mestrado e conseguiu um emprego no Departamento de Filosofia da Universidade de Moscou como adjunto. Nesses mesmos anos, ele se casa com a princesa Sophia Shalikova, filha do ex-editor do jornal Moskovskiye Vedomosti, publicado na universidade.
Em 1850, quando os departamentos de filosofia foram liquidados nas instituições de ensino superior russas, Katkov perdeu o emprego. Mas já em 1851, ele assume o cargo de editor da Gazeta de Moscou. O principal papel na escolha dessa posição em seu destino foi desempenhado por um salário de 2.000 rublos, mais 25 copias para cada novo assinante, além de um apartamento do governo que deveria ser do editor.
Considerando sua missão de ensino, Katkov relutantemente começou a aprender um novo campo, considerando que essa atividade era bem remunerada, mas não necessária. No entanto, ele logo se interessou e se acostumou em um novo local que elevou a circulação do jornal de 7 para 15 mil exemplares.
E desde 1856, ele começou a publicar seu diário Russian Bulletin na província de Moscou. Em um esforço para ganhar dinheiro com publicações, ele conseguiu não tanto ganhar como criar novas áreas no jornalismo. Como resultado, ele chegou perto de criar uma direção, como um gênero independente de jornalismo e jornalismo especializado no campo da interpretação da lei estadual e do apoio aos interesses do Estado.
Revista "Boletim Russo"
No entanto, no início de sua biografia criativa, o jornalismo político ainda estava muito distante, razão pela qual o diário Russky Vestnik existia no campo da literatura e contornou de longe as questões políticas urgentes que o Estado enfrenta.
O amplo debate público nas páginas da mídia impressa ainda era inaceitável: a censura não o permitia. Portanto, todo o espaço da revista foi dedicado aos escritores dos tempos modernos e suas obras.
Turgenev, Tolstoi, Dostoiévski foram publicados aqui, entre os romances publicados que se podia ver:
- "Pais e filhos";
- "Guerra e paz";
- "Anna Karenina";
- "Crime e Castigo";
- Irmãos Karamazov "
Todos esses trabalhos, que se tornaram clássicos da literatura russa, seu fundo de ouro, foram publicados pela primeira vez no Russian Bulletin, editado por Mikhail Katkov.
O editor não economizou e pagou generosamente pelo trabalho dos autores. Então, Leo Tolstoi recebeu 500 rublos de prata por folha, o adiantamento foi de 10.000 rublos. Fyodor Dostoevsky publicou praticamente todos os seus romances em Russky Vestnik.
Pelo número de circulação, Russky Vestnik ficou atrás apenas do Nekrasov Sovremennik: 5700 cópias versus sete mil circulação de Sovremennik.
Propriedade do jornal
Desde 1861, Katkov Mikhail Nikiforovich começou a buscar uma aplicação mais ampla de suas capacidades e habilidades. Ele ansiava por desenvolvimento. Por uma coincidência de sorte, ao mesmo tempo, o governo decidiu transferir a gráfica da universidade junto com o jornal Moskovskiye Vedomosti para empreendedores privados.
O leasing foi realizado com base em uma licitação aberta, como eles chamariam agora - uma licitação. Falando em ações com o professor universitário Pavel Leontyev, Katkov venceu a competição oferecendo o valor do aluguel mais favorável no valor de 74.000 rublos por ano.
Na foto (da esquerda para a direita), Pavel Leontyev e a figura em estudo.
Apesar do desejo de outros líderes da universidade, a candidatura do novo inquilino Mikhail Katkov foi aprovada. E a partir de 1º de janeiro de 1863, ele se tornou editor do jornal. Então ele nem imaginou que contribuiria para a criação e criaria um novo gênero de jornal - jornalismo.
Ao mesmo tempo, estão ocorrendo eventos dramáticos na vida política da Europa: em 10 de janeiro, um levante começa em Varsóvia. Todas as publicações tentaram manter o silêncio sobre os eventos sangrentos, e apenas Katkov transformou sua publicação na plataforma do jornalismo político, derrubando todo o poder da filosofia anti-polonesa e anti-revolucionária nas polêmicas, exortando a sociedade a se unir em torno do rei e da Pátria.
Pela primeira vez na história da mídia impressa russa, a sociedade não apenas recebe informações, mas ouve a opinião de especialistas do editor.
Em uma discussão aberta, o publicitário russo afeta diretamente o humor de um leitor instruído; no ambiente nobre, muitos simpatizavam com o levante e não esperavam uma ação decisiva das autoridades. Katkov conseguiu reverter seus julgamentos e humor, influenciando as autoridades. Isso é realmente admirável!
O auge: Mikhail Katkov e atividade literária
Pode-se dizer que os sucessos e a popularidade do jornal da figura estudada se opuseram ao país burocrático, tornando públicas as visões políticas da sociedade. E o editor do jornal, Mikhail Katkov, aos 45 anos, encontrou uma vocação, tornando-se o primeiro publicitário russo.
Antes da publicação, seu trabalho literário era o seguinte.
Ele fez sua estréia com traduções em 1838. Traduzido por Heine, Goethe, F. Ruckert, Fenimore Cooper. De Berlim, ele enviou artigos sobre as palestras de Schelling. Ele escreveu artigos jornalísticos no Russian Herald, que se tornou uma das principais revistas literárias da segunda metade do século XIX.
Os pesquisadores chamam o artigo de Mikhail Katkov de "Pushkin", lançado em 1856, um produto de software. Importantes do ponto de vista da influência sobre as sociedades, são seus artigos sobre a comunidade rural, sobre o "começo eletivo".
Katkov prestou muita atenção às críticas e pesquisas literárias, enviando seus artigos para várias revistas populares, especialmente para o St. Petersburg Notes.
Os artigos críticos literários de incrível nitidez e estilo são dedicados às obras dos contemporâneos.
Por exemplo, as críticas ao conto "O cavalinho corcunda" de Ershov são preenchidas com uma atitude sincera e fantasticamente espirituosa em relação a vários absurdos no desenvolvimento do "fabuloso" e fantástico na literatura russa. Este artigo crítico foi publicado pela primeira vez em um periódico em São Petersburgo, em 1840.
Na foto - a capa do jornal nacional de São Petersburgo "Notas domésticas":
Amigos e inimigos no espaço literário
Na época de seu auge, o jornal em estudo era chamado de Russian Times, e a publicação diária de editoriais pelo editor permitia que Katkov estabelecesse as bases do conceito de "jornalismo político", enquanto criava, de fato, um jornal russo real.
Em 1863, o jornal Moskovskiye Vedomosti forneceu apoio polêmico à diplomacia russa, que enfrentou pressão dos estados europeus em conexão com a insurreição polonesa. A palavra impressa teve um papel decisivo e ajudou a Rússia a superar a crise política, e Katkov adquiriu não apenas a autoridade da editora, mas também um político influente.
O editor teve que defender sua posição não apenas contra "estranhos", mas também contra seu ex-pessoal de mentalidade semelhante. Portanto, ele anunciou todas as suas publicações fora de qualquer parte.
Ideas by Mikhail Katkov
Os pesquisadores observam que a principal idéia do publicitário era formular o princípio da nacionalidade. Que, segundo Katkov, é, de fato, a base da unidade do país.
De acordo com esse princípio, o estado precisa:
- leis uniformes;
- idioma único estado;
- sistema de gerenciamento unificado.
Ao mesmo tempo, Katkov não implicou a rejeição de outras "tribos e nacionalidades" que fazem parte da estrutura do Estado; ele apoiou o direito de conhecer sua língua, observar suas tradições, religiões e costumes.
Os contemporâneos de Katkov e seus oponentes ideológicos, de todas as maneiras, oleiam as idéias de Katkov, sem vergonha de expressões e definições.
Por exemplo, o historiador e publicitário P. Dolgorukov escreveu sobre seu oponente assim:
… o eternamente enfurecido Katkov, que deve sempre latir para sempre e sempre morder alguém, que em suas chegadas sempre vai mais além do que o próprio governo e qualquer pessoa que não compartilhe suas opiniões, é declarado criminoso do estado e até traidor da pátria.
Foto de uma caricatura da figura em estudo, ridicularizando suas idéias sobre o sistema estatal da Rússia, com base em modelos europeus.
Subir alto, mas dói cair
Com o tempo, o papel e a influência política de Katkov se intensificaram, atingindo o ponto mais alto durante o reinado de Alexandre III.
Seu escritório editorial, localizado no Strastnoy Boulevard, silenciosamente se transforma em um centro informal de "governo", um órgão de influência, onde os assuntos governamentais não eram apenas discutidos, mas também discutidos, incluindo o planejamento de movimentos oficiais de pessoas influentes, o desenvolvimento de medidas e projetores de "contra-reformas".
Katkov tentou diretamente intervir no governo. Então, em uma nota ao imperador, ele tentou alertar sobre o perigo de "flertar" político com a Alemanha:
Os serviços de Bismarck no Oriente são mais perigosos e prejudiciais para a causa da Rússia do que suas ações hostis … Seus serviços se tornarão um engano … O mal … desaparecerá por si só, assim que uma Rússia independente sair na Europa, independente da política externa, independente da política externa, controlada apenas por ela própria, claramente reconhecida. interesses … Ser obrigado a ajudar os outros a resolver quaisquer dificuldades - isso seria uma nova humilhação para a Rússia, significaria esconder-se da força de alguém, que por si só é tão forte que nos mantém em sua dependência, o que subjuga aqueles ou de outra forma Rússia.
(Trechos da biografia de Mikhail Katkov).
Essa posição de princípios irritava as pessoas no poder e o próprio czar Alexandre, o Terceiro. Na véspera da morte de Katkov, ele foi convocado pelo mais alto comando da capital e "colocado na cara", privando essencialmente todos os privilégios. Era uma carta anônima, cuja autoria foi atribuída à figura estudada. Após a morte de Mikhail Katkov, Alexander III, aprendendo a verdade, se arrependeu de seu passo precipitado, dizendo que "caiu sob uma mão quente".
Um tempo de realização e um novo liceu
Não devemos esquecer o papel que Katkov desempenhou no campo da educação. O tempo de publicação do Gazette de Moscou coincidiu com a era das reformas e modernização na Rússia. Com fervor, Katkov participou da discussão de todos os tópicos que eram agudos e cruciais para a Rússia.
Interferindo em uma disputa entre os proponentes da educação "clássica" e "real", Katkov apoiou o então ministro da Educação Tolstoi, que cancelou a carta do ginásio, enfatizando a educação no estudo de línguas antigas. A adoção da nova carta em 1871, segundo a qual era possível ingressar na universidade somente depois de se formar no ginásio clássico, era uma conquista comum.
Katkov era um homem de negócios e, por seu próprio exemplo, decidiu provar as vantagens do novo sistema educacional. Juntamente com o amigo de longa data P. Leontiev, eles criam um novo liceu particular, chamado oficialmente de Katkovsky.
O liceu ministrou aulas de ginásio por oito anos, além de um curso universitário de três anos em direito, física, matemática e filologia, a instituição destinada a filhos de representantes de uma sociedade de elite.
Para a construção de Katkov e Leontiev atraiu os investimentos de grandes industriais. Eles mesmos investiram dez mil rublos, acrescentaram a construção de grandes empresas ferroviárias Polyakov (40 mil rublos), Derviz (20 mil rublos). Von Meck contribuiu com 10 mil rublos e outras pessoas ricas do país participaram.
A educação no Liceu era baseada no modelo de Oxford, a personalidade do aluno do ginásio estava em primeiro lugar, os tutores (tutores) trabalhavam. Era uma instituição educacional de prestígio, a fim de cobrir todas as despesas, o estado gradualmente assumiu a manutenção do Liceu em 1872, e Katkov se tornou seu líder permanente.
Oficialmente, o Liceu foi nomeado em homenagem ao filho mais velho falecido de Alexandre II - "Moscow Lyceum Tsesarevich Nicholas".
Na foto abaixo - o antigo Liceu Imperial, e agora um dos edifícios do Instituto de Relações Internacionais.
Após os eventos revolucionários de fevereiro de 1917, o Liceu Katkovsky foi transformado e recebeu o status de instituição educacional superior.
Após a Revolução de Outubro de 1918, o NarKomPros (Comissariado da Educação) foi localizado aqui.
O historiador russo moderno A.I. Miller, avaliando a contribuição de Katkov para o desenvolvimento da publicidade, iluminação e o significado histórico da opinião pública, eis o que ele escreveu sobre esse homem notável:
E aquelas pessoas que o discurso intelectual borrou com tinta preta, se não algo pior, você só precisa ler. Precisamos ler o que Katkov escreveu sobre os princípios de ser membro da nação russa. Há muitos argumentos que estou pronto para assinar hoje.
Assuntos familiares
Com uma natureza tão viva e ativa, Katkov era um excelente homem de família. Como já mencionado acima, ele foi casado com a princesa Sofya Shalikova (1832-1913). Esse casamento causou muito espanto entre os amigos, porque a princesa não tinha aparência nem herança. Além disso, muitos sabiam do amor apaixonado de Katkov pela beleza de Delaunay, em Moscou - a filha de um avô emigrante francês e um famoso médico de Moscou. A proposta de casamento foi aceita por Delaunay, o noivado ocorreu. Mas, por razões desconhecidas, Katkov repentinamente interrompeu todas as relações com sua amada e imediatamente se casou com Sofya Pavlovna.
Caracterizando essa união repentina, F.I. Tyutchev argumentou: "Bem, provavelmente, Katkov queria colocar sua mente em uma dieta". Insinuando a baixa inteligência da esposa. No entanto, independentemente das opiniões dos outros, Mikhail Katkov e sua família se multiplicaram e viveram de forma amigável e feliz.
Filhos maravilhosos, inteligentes e bonitos apareceram do casamento:
- O primogênito - Pavel Katkov (1856-1930) - foi um grande general e terminou sua vida no exílio na França.
- Peter (1858-1895), tendo sido educado como advogado no liceu de seu pai e na Universidade de Moscou, participou da guerra russo-turca. Então ele se formou na Academia Militar, em 1893 ele serviu como oficial de missões especiais sob o Comandante Chefe do Distrito do Cáucaso.
- Andrei (1863-1915), durante seu serviço, tornou-se o líder da nobreza e atual conselheiro estadual. Ele foi premiado com a patente e a posição de Jägermeister. Ele era casado com a princesa Scherbatova. Depois que seus filhos Mikhail e Andrei morreram nas frentes da Primeira Guerra Mundial, o casal construiu às suas próprias custas a Igreja da Transfiguração do Salvador no cemitério de Bratskoye, província de Moscou.
- O filho mais novo de Andrei Katkov, Peter, teve cinco filhos, e seus descendentes ainda vivem nas regiões de Penza e Saratov.
No caso da nobreza da família Katkov, M.N. Filhas Katkova:
- Bárbara - dama de honra na corte, esposa do diplomata do príncipe L.V. Shakhovsky.
- Filha Sophia - foi casada com Baron A.R. Engelhardt.
- Natalya - casada com Chamberlain M.M. Ivanenko. Uma de suas filhas, Olga Mikhailovna, mais tarde se tornou esposa do Barão P.N. Wrangel.
- Gêmeos Olga e Alexandra, o destino é desconhecido.
- Filha Maria - casada com o promotor-chefe do Santo Sínodo A.P. Rogovich.
Fim da vida
Como regra, as pessoas que gostam de trabalhar pouco se preocupam com sua saúde, ou melhor, simplesmente não há tempo suficiente para isso. O mesmo aconteceu com Katkov.
Seus contemporâneos e amigos reclamaram que ele podia adormecer na redação na beira do sofá, geralmente estava atormentado por insônia, não seguia o tempo, às vezes confundia o horário das reuniões ou os dias da semana:
No curso habitual de sua vida, Katkov se sentiu doente, enjoado, sofria de insônia, adormeceu na redação em algum lugar na beira do sofá ou no carro do trem expresso Moscou-Petersburgo, onde pulou no último minuto. Ele geralmente não fazia distinção entre tempo, estava sempre atrasado, confundia os dias da semana.
A desnutrição e a privação na primeira infância levaram ao fato de que o corpo de Mikhail Katkov foi enfraquecido pelo reumatismo.
Todas essas condições adversas, atividade nervosa e hiperativa levaram ao desenvolvimento de uma doença dolorosa - câncer de estômago, a partir desta doença M.N. Katkov morreu em 1 de agosto de 1887.
На отпевании присутствовал митрополит Московский и Коломенский, который почтил память Каткова следующей речью:
Человек, не занимавший никакого видного высокого поста, не имевший никакой правительственной власти, делается руководителем общественного мнения многомиллионного народа; к голосу его прислушиваются иностранные народы и принимают его в соображение при своих мероприятиях.
Похоронили известного публициста и издателя Михаила Каткова на кладбище при Алексеевском монастыре. Оно в начале восьмидесятых годов 20 века было разрушено при строительстве дороги. Надгробия и обломки подземных склепов, гробовые доски с костями были выкинуты вместе с грунтом.
О том, что кого-либо перезахоранивали, неизвестно. Но, может быть, где-то под асфальтом дороги лежат останки великого русского просветеля Каткова.
